O dia em que o futebol parou a Guerra

Imagine como é torcer por um time, que o maior ídolo é "simplesmente" o maior craque de todos os tempos; Pelé. Imagine como é torcer por um time que possui tantos recordes na história do futebol. O torcedor santista se orgulha de poder torcer por um dos maiores clubes de futebol de todos os tempos. A magia, a honra, tradição e as glórias do Santos FC vão além das fronteiras de nosso país, o Santos FC é conhecido mundialmente como o time do Pelé. Fundado em 1912, o Santos esperou 23 anos para poder comemorar seu primeiro título realmente importante, o Campeonato Paulista de 1935, mas a espera valeu a pena, de lá pra cá o Santos conquistou nada mais nada menos que 38 títulos importantes, média superior a 1 título a cada 2 anos, excluindo torneios ao redor do mundo. Ultrapassou fronteiras, parou guerra, encantou o mundo e ajudou a popularizar o esporte mais popular do planeta.

Uma das maiores façanhas da historia desse glorioso clube aconteceu em 1969. O Santos FC fazia uma excursão pela África, dava show, goleava seleções nacionais e encantava o continente, mas uma barbárie sangrava o coração africano; o antigo Congo Belga vivia uma sangrenta guerra civil, o ditador Mobuto Joseph havia tomado a presidência e instalado uma ditadura militar, levando a uma intensa guerra civil. O Santos que disputaria uma partida amistosa contra a seleção congolesa foi avisado da batalha e imediatamente cancelaria a partida. A notícia de que a população não poderia ver o rei do futebol (e a maior equipe do futebol mundial na época) jogar causou uma grande comoção no país, inclusive entre as partes em luta. Ambas as partes do conflito entraram em um acordo, a guerra seria paralisada enquanto a equipe e o Rei do Futebol estivessem presentes no país. Assim que o Santos FC desembarcou a guerra foi paralisada, conflitantes das duas partes dividiam o estádio, se encantavam, a alegria que parecia impossível reinava em um campo de batalha. O Santos disputou duas partidas naquele país, e enquanto permanecia no local nenhum tiro foi disparado. Assim que a delegação, escoltada até o aeroporto, deixou o país, a guerra recomeçou e a tristeza novamente tomou conta da África, em um país que só foi amenizar os conflitos, 28 anos depois.

O amor em preto e branco.

Muitos pensam que torcer é apenas ver o seu time jogar, ou vibrar com um gol.

Ser torcedor vai além disso, ser torcedor é estar com o time na alegria e principalmente na tristeza, é vestir o seu manto logo após uma derrota, é relembrar das glórias do passado e os ídolos que honraram o nome da sua instituição, é se emocionar após escutar o canto de seu hino.

Algumas torcidas têm esse 'dom'.

A ''massa'' como é conhecida nos domínios de Minas Gerais, compartilha com a torcida corintiana (''A fiel'') a honra de deixar - se conhecer com um substantivo ou um adjetivo comum transformando em nome próprio, inconfundível. "Quem possui uma torcida como esta, é praticamente impossível de ser derrotado dentro de casa" (Tele Santana). Poucas outras torcidas terão realizado tal feito de mutação do nome.

Mesmo não tendo muito que se comemorar nos últimos anos, essa torcida não se cala, muito pelo contrário, ela esta ferida, e essa dor entala o grito de 'é campeão' na garganta.

Mais um grito, nunca irá se calar.

O grito de GALO sempre estará em nossas gargantas, seja após um gol, seja após o estouro de um foguete, ou um simples copo quebrado, o grito de GALO nunca será calado.

A origem do pó-de-arroz !

Muitos já ouviram a história, mas não conheçam os detalhes. Em 1914, o América se achava em grande crise, que o levou à perder dezenas de sócios, conselheiros e jogadores. Cerca de doze deles tomaram caminho do Fluminense, entre os quais os irmãos Carneiro de Mendonça: Fábio, Luiz Henrique e o grande Marcos. Nesse grupo achava-se também Carlos Alberto Fonseca Neto.

Carlos Alberto não era negro, mas um mulato claro, o primeiro a vestir a camisa tricolor. É um equivoco dizer: "naquele tempo havia racismo no Fluminense'', quando o problema era mais grave. O odioso preconceito de cor permeava toda sociedade brasileira, e assim acontecia em todos os clubes com sede na zona sul do Rio de Janeiro. Intimidado por esse ambiente hostil, muito antes de chegar ao Fluminense, Carlos Alberto adotava a pratica de usar pó-de-arroz no rosto, antes de ir a campo.

Mas e Carlos Alberto? Se ele já usava pó-de-arroz como jogador do América, porque não havia repercussão? Aí as torcidas adversárias passaram a nos chamar de ''pó-de-arroz'', toda vez que isso ocorria, ofendiam-se e brigavam tricolores de todas as etnias e condições sociais.

O "mítico" Flamengo!

Hoje, como todos sabemos, o Flamengo é o clube de maior torcida do Brasil e do mundo.

O fato é que todo esse prestigio com os torcedores, todo esse carinho adquirido ao longo do tempo, que nos fazem considerar o Flamengo um grande "time de massa", como é dito no mundo do futebol não vem de hoje.

Reza a lenda, que durante a década de 30, como não possuía um Centro de Treinamento, não possuía um lugar que pudesse treinar o Flamengo costuma mandar seus treinos a céu aberto e qualquer um que quisesse, poderia acompanhar esses treinamentos. Muitos usam esse fato, como a possível origem da identificação dos torcedores com o Flamengo. Desde 1934, o Flamengo possui a maior torcida do mundo, e isso não parece mudar tão cedo.

Todo esse carinho, fez o Flamengo ser considerado junto a FIFA um clube mítico, o único Brasileiro a alcançar esse posto até hoje.

É considerado um clube mítico, aquele clube que possui fora do seu país, mais de dez milhões de torcedores. Segundo lista elaborada pela FIFA, seriam os 7 clubes chamados míticos: "Real Madrid (ESP), Juventus (ITA), Bayern de Munique (ALE), Manchester United (ING), Benfica (POR), Boca Juniors (ARG) e Flamengo (BRA).

Não se pode saber até quando o Flamengo terá a maior torcida do mundo, nem até quando vai existir todo esse carinho, mas uma coisa se sabe, o Flamengo é sim um time de enorme torcida, o que lhe coloca no posto de clube mítico ao lado desses outros gigantes mundiais.

E por que isso acontece? Bom, pode ser a mídia, pode ser a sorte ou pode ser uma identificação criada lá em 1930.